Começo de tarde, eu ainda de férias, resolvi almoçar num restaurante especializado em camarões, localizado na castigada pelas ruínas praia de Ponta Negra.
No ambiente salutar do restaurante, ao meu lado senta-se um casal de turistas, acredito que da poluída São Paulo.
O suposto senhor paulista ou paulistano é atendido por um garçon. Aquele garçon robusto, de pele queimada, baixinho e de bigode ralo. Uma evidência que era uma importação do interior do RN, talvez do Alto Oeste ou do Seridó, mas quem sabe até mesmo do Agreste Potiguar. Ah! Potiguar significa comedor de camarão, acredito que o senhor supostamente paulista jamais sabia desse detalhe.
O garçon nordestino oferece os cardápios para o senhor e sua senhora, ficando na expectativa do pedido com a caderneta na mão esquerda e o lápis aparentemente de marca Big azul na mão direita.
Minutos e minutos após, o senhor suposto paulista, olha para o garçon e pergunta com um tom de pausa e bem coloquial: - Senhor, o camarão daqui é fresco?
O garçon prontamente responde: - Desculpe senhor. Mas aqui a gente não se mete na vida de ninguém.
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