Tuesday, November 22, 2011

A Outra Dama de Vermelho

A DAMA DE VERMELHO. Um filme de 1984 – Comédia - O executivo Teddy Pierce sempre andou na linha... até conhecer a dama de vermelho. Com pernas maravilhosas e um estilo de arrasar, a sexy Charlotte é tudo aquilo que a fantasia ousa imaginar. Em nossa crônica temos a dama de vermelho, mas vamos contar nosso filme.
Era uma vez uma madame, mulher de classe, linda e corpo de princesa, era quase loira, pois seu bronzeado despertava uma certa tesão nos machistas de plantão. Nascida no Nordeste do Brasil, mas precisamente no Rio Grande do Norte, esquina do Continente. madame Noêmia não andava, simplesmente desfilava no jardim de sua mansão, imóvel este, que tinha recebido da separação do então ex-marido milionário. Madame Noêmia, tinha um jardineiro, rapaz moreno, magro, porém sua habilidade além de cuidar bem das plantas era desprezar na sua ex-esposa, garota simples, que ainda alimentava uma reconciliação amigável. Mas o jardineiro estava apaixonado por outra.
Toda manhã o jardineiro colhia flores para madame Noêmia, que recebia com carinho e e um belo sorriso, mas o respeito aflorava naquele olhar angelical, já que ela tinha um namorado, inclusive, rapaz este, empregado do seu ex-marido. Já o jardineiro entregava as flores, sem olhar o esbelto corpo da madame. O olhar sedutor do jardineiro era para a outra, a cozinheira da mansão, que inclusive não estava interessada no colhedor de flores e sim no motorista da madame.
Certo dia, Madame Noêmia pela manhã passeava pelo jardim e ao olhar ao fundo, observou que seu jardineiro estava conversando com uma mulher bonita e vestida completamente de vermelho, ela foi discreta e ignorou a cena.
Horas depois, o jardineiro foi entregar as flores para a madame e esta indagou sobre a dama de vermelho, mas o jardineiro negou prontamente que estivesse conversando com tal mulher. Madame Noêmia, ficou espantada e apenas manteve sua atitude discreta, esquecendo o assunto.
No outro dia o jardineiro recebe a visita de um amigo, que trabalhava num hospital ao lado da mansão, era motorista da ambulância. O amigo do jardineiro, que também era vizinho da ex-esposa do jardineiro, veio avisá-lo que sua ex-esposa queria vê-lo e também disse ao jardineiro: - Rapaz, ontem vi uma linda mulher morrer nos meus braços, era uma verdadeira dama, estava toda de vermelho, ela não sai da minha mente, e o pior toda vez que chego na garagem que vou pegar a ambulância, ela está ao lado, sempre sorrindo.
O jardineiro ficou pálido ao lembrar que madame Noêmia tinha visto ele conversando com a dama de vermelho e saiu rapidamente para ver sua ex-esposa. Quando ele chegou perto da esposa, ela disse prontamente: - Quem é essa mulher de vermelho que veio aqui pedi para você voltar pra mim, mas eu disse a ela que você me despreza e não quer voltar de jeito nenhum. O jardineiro abraçou sua ex-mulher e disse: - Nunca mais vou te deixar meu amor. Quando a ex-esposa do jardineiro ainda abraçada olhou, viu a dama de vermelho sorrindo para ela, que piscou o olho e agradeceu. Segundos depois a dama de vermelho transformou-se numa brisa e foi sumindo lentamente.
No outro dia, o jardineiro entregou mais uma linda flor para sua madame e disse: - madame Noêmia, o que o olhos não vêem, o coração não sente, voltei para minha amada esposa.

Tuesday, November 01, 2011

GHOST. DO OUTRO LADO DA CORRUPÇÃO

Ghost significa na língua inglesa (Fantasma) e vocês certamente lembram do filme (Ghost. Do outro lado da vida) . Mas o texto dessa crônica, além de vida, também traz corrupção, que inclusive é um dos assuntos mais lidos e visto na mídia brasileira.
Então vamos contar nosso filme:


Era uma vez um grupo servidores públicos federais que trabalhava num posto de fiscalização do Governo Federal em plena selva amazônica. Certo dia, diante de investigação da Polícia Federal, foi preso o chefe desse grupo, acusado de receber propina das madeireiras da região. O chefe ficou preso por mais de 90 dias. A depressão do chefe tornou-se evidente, ele começou a esquecer de se alimentar, pois sempre lembrava que naquele posto que era chefe, existia um servidor que criava galinha caipira e o café da manhã era repleto de ovos bem novinhos. Aquilo não era um posto e sim um paraíso, tinha até um local aprazível para um bom churrasco com o nome do chefe. Ele também começou a perceber que o dinheiro não era tudo e sim a qualidade de vida no trabalho e mesmo preso, todas as manhãs sentia o cheiro das frutas da redondeza do posto, que davam sucos maravilhosos. Hotel cinco estrelas, nem chegava perto daquele café da manhã. Mas a depressão do chefe foi aumentando, ele preso e o processo administrativo disciplinar (PAD) já em andamento e sua destituição do cargo pronta, mas claro, se solto e enquanto não fosse julgado, voltaria ao posto. Ele sabia de tudo, pois o criador das galinhas lhe informava diariamente. A greve de fome do ex-chefe aumentou e ele morreu desnutrido e deprimido. Meses se passaram e o grupo resolveu tirar a placar com o nome do ex-chefe e o lugar do churrasco ficou vazio. Ah! mas o vento soprava forte naquela região, as plantas arborizavam o local e com tanto vento, foi assim que o ex-chefe voltou. Sua tristeza era grande, ele se perguntava: onde estava a placa? Onde estavam todos seus colegas de trabalho? Ele resolveu voltar todos os dias, sentava na recepção, acendia um cigarro e ficava tentando falar com um e com outro, mas não tinha resposta. O drama era terrível para aquele fantasma. Ele entrava na copa e via os ovos fritarem, porém sua boca não salivava, nem tampouco podia degustar, a frieza em suas mãos impedia de tocar em seus colegas, que sorriam, enquanto mastigavam aquele alimento saudável da manhã. Ele não entendia, falava alto, dava ordens, mas não tinha resultado. Afinal, não era mais o chefe. Ele voltava e sentava novamente no sofá, acendia mais um cigarro e olhava o tempo passar. O criador de galinha, as vezes lembrava dele e sempre falava dos ex-chefe que tinha trocado a qualidade de vida pelo dinheiro, que jamais pode gastar. O ex-chefe agora era o Ghost, mas ele não tinha caído a ficha, que estava morto naquele lugar, ninguém conseguia vê-lo, mas ele não tinha consciência que era um morto naquele posto e que seus colegas jamais iriam perceber sua fictícia aparição. Seu ex-chefe maior, que também foi preso e era mais um fantasma, aproximou-se dele e disse: - Não fique aqui como um fantasma, faça como eu, saia desse lugar, estou em outra e precisei ser preso para saber que o dinheiro não é tudo, mas sim, saber viver. Vamos para meu mundo, pois o pessoal desse posto precisa de paz e tem grande sabedoria em relação a como saber viver. Ele olhou para seu ex-chefe maior e continuou sentado no sofá, acendeu mais um cigarro, soltou uma nuvem de fumaça e foi vendo aquele outro fantasma sendo levado pelo vento. Ele levantou-se, deu mais um trago fulminante e sumiu na fumaça, olhando aquele lugar e sentindo que seus colegas estavam saindo para o campo com o mais profundo pensamento de que: "A liberdade de apreciar a natureza não tem preço".